Loot da Semana #8 - Dois Michael B. Jordan, um Stalker e quatro garotas
Falando sobre o filme Pecadores, a série Você e os jogos Lost Records e Oblivion
Esse é o oitavo Loot da Semana, onde eu falo de alguns tesouros que eu encontrei nos últimos dias. O intuito desses posts é de semana em semana (talvez), eu falar um pouco dos filmes, livros, gibis e jogos que eu encontrei e dar minha opinião e percepção sobre.
Pecadores
Fui assistir esse filme no cinema sem saber nada sobre ele. Apenas que ele é dirigido por Ryan Coogler e estrelado por Michael B. Jordan. Essa parceria rendeu um dos meus filmes favoritos, Creed, e um dos melhores filmes de super-herói, Pantera Negra. Não precisou muito para me convencer a querer assistir.
E eu não me arrependo de ter feito isso. É melhor ir com o mínimo de informação possível, mas vou dar uma premissa básica. O filme tem uma história que se passa em 1932 e segue os gêmeos Fumaça e Fagulha, ambos interpretados por B. Jordan. É um filme muito divertido, que fala sobre cultura afrodescendente misturando com um dos meus temas favoritos do gênero horror, mas se eu falar mais do que isso perde a graça!!
Agora, claro, provavelmente você vai ver em todos comentários sobre esse filme falando que o Michael B Jordan está magnífico, lindo, ótimo ator, quase a cura hétero. Bom, mas eu queria falar sobre Miles Caton, que interpreta Sammy. É o primeiro papel dele em um filme, e ele faz um jovem que é músico de blues. A voz dele é estonteante, além da atuação ser magnífica. E isso também é algo que eu preciso falar do filme: a trilha sonora.
O filme possui uma precisão, uma delicadeza com a trilha sonora, além de momentos musicais que eu senti minha alma saindo do meu corpo e quase atingindo o nirvana. Quando você chegar nessa parte, você vai saber do que eu estou falando. Não só as trilhas cantadas, mas também as instrumentais. Reparem como elas sincronizam com os movimentos e as falas dos personagens. É incrivelmente bem pensada. Assim que sai da sessão eu logo coloquei a trilha sonora para ouvir no caminho de volta. É impecável.
Um dos melhores filmes que eu assisti esse ano, e eu fico muito feliz que ele tem ido muito bem na bilheteria. Para tristeza da Warner, por algum motivo. Vai ver eles odeiam ideias novas!
Você - 5ª temporada
Não sou uma pessoa que possui guilty pleasures, eu mal acredito no conceito. Se eu gosto de algo, eu gosto e pronto acabou. Porém, há algumas coisas que me fazem questionar isso, como o reality show Casamento às Cegas, e a série de TV, Você.
Eu gosto bastante do conceito, dos personagens, da escrita. Porém eu sinto que cinco temporadas é coisa demais pra essa série, mas mesmo assim, eu assisti todas e gostei de todas. Algumas menos do que outras, como a quarta que foi bem mais ou menos. Há um momento no último episódio da quarta temporada que poderia ser o final da série inteira, e teria sido um final satisfatório. Porém, o protagonista volta e tudo continua e deixa uma brecha pra outra temporada. Eu quase não assisti a quinta por conta disso, mas resolvi dar uma chance. Qual não foi a minha surpresa que essa temporada é até que boa?
Para quem não conhece, Você, série da Netflix, conta a história de Joe (Penn Badgley), um homem aparentemente comum. Mas debaixo da sua feição gentil e educada, há um stalker e assassino. Eu não sou muito fã de histórias de assassino, acho um tema batido e potencialmente problemático. Mas essa série faz coisas interessantes com o gênero, de forma que tenta desconstruir a romantização da personagem principal. Joe é um homem traumatizado, sim, mas ele é um psicopata, e por muitas vezes, como a série é do ponto de vista dele, você acaba sendo convencido pelo seu discurso e passa a ter pena dele. E os roteiristas sabem disso, e usam dessa artimanha muito bem na quinta temporada para desconstruir todo o gênero de true crime e de assassinos seriais, e apresentam um personagem trágico, mas irredimível.
O que eu mais gosto da série é a escrita, principalmente dos monólogos de Joe. É quase um ASMR do demônio falando no seu ouvido. Ele diz as coisas mais absurdas e iludidas possíveis, mas é tão bem escrito que fica até fascinante, como se de alguma forma fizesse sentido. Por um segundo, você até pode acreditar que esse homem, stalker e assassino em série tem um coração e se importa com outras pessoas, principalmente suas parceiras.
Eu gostei de como a série termina, e fico feliz que eles não estenderam até o infinito até ser cancelada e nunca ter um final.
Lost Records: Bloom & Rage
Sabe, eu queria ter gostado mais desse jogo. Desenvolvido pelos mesmos criadores de Life is Strange, Lost Records: Bloom & Rage é um jogo narrativo onde você segue Swann e suas amigas relembrando memórias da adolescência nos anos 90 e lidando com traumas e fantasmas do passado.
O jogo se divide em duas partes, a primeira, com todas as personagens adultas se reencontrando depois de 27 anos, e a segunda que toma a maior parte do jogo, onde você joga com ela adolescente. Swann é um garota solitária, fã de cinema e meio nerd. Um dia, durante suas férias de verão, Swann conhece mais três garotas e elas criam um laço de amizade muito forte e vivem aventuras adolescentes nessa pequena cidade. Porém, coisas estranhas começam a acontecer e aí que entra a parte sobrenatural da trama e o motivo porque as personagens precisam se reunir quando adultas, pra finalmente encarar as coisas estranhas que experienciaram anos antes.
A trama é basicamente se Yellowjackets tivesse um filho com Paper Girls. Eu gosto bastante das quatro personagens, todas elas tem personalidades e arcos distintos. O jogo sabe construir bem os momentos do cotidiano dessas garotas e algo legal é que Swann anda com uma câmera em que o jogador pode usar quando quiser para gravar coisas e isso fica arquivado no jogo. É a mecânica mais legal que o jogo apresenta.
Porém, para mim o jogo peca na inconsistência. Alguns diálogos e cenas são muito bem escritas, há uma cena mais para o final do jogo que eu realmente me emocionei. Porém, há outras que são meio sem sentido, mal escritas ou até desconexas. O jogo flutua em qualidade em seu roteiro, nada chega a ser péssimo, mas é esquisito quanto varia a qualidade. Principalmente, porque a história é o ponto principal desse jogo. Outro grande problema para mim é a parte sobrenatural, que é muito mal explorada, chegando até ficar sem graça. Eu até penso que se não houvesse sobrenatural na história, não faria uma diferença brutal. Porque aí que tá, as melhores partes desse jogo são os momentos calmos e íntimos entre esse grupo de meninas. Elas se juntando pra formar uma banda punk, fazendo coisas de adolescentes, explorando a pequena cidade e a floresta. E isso é algo que eu gosto muito desse jogo e nos outros da DontNod, os cenários são muito bem feitos, muito lindos e cheio de coisas para você pegar, ler e passar bastante tempo remexendo tralha digital.
Ah, outro ponto legal é a trilha sonora. Life is Strange meio que ajudou a moldar meu gosto musical na adolescência, e esse jogo também está recheado de músicas licenciadas muito boas.
No geral, eu gostei do meu tempo com Lost Records, mas eu esperava mais. Mas tudo bem.
The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered
Acho que qualquer pessoa que leu pelo menos dois posts meus por aqui sabe o quanto eu amo RPG e fantasia medieval. Um dos culpados, no bom sentido, é Oblivion, lançado em 2005 originalmente. Agora, do nada, a Bethesda anunciou e lançou no mesmo dia uma remasterização desse jogo.
Eu tava meio preocupado a primeira vez que eu ouvi o rumor sobre um possível remake de Oblivion. Não que ele seja um jogo perfeito, muito muito longe disso. Mas é nessa imperfeição que está o charme. A esquisitice, os personagens bugados, a forma que habitar nesse mundinho é tão particular, ao mesmo tempo imprevisível – você nunca sabe quando o jogo vai bugar de uma forma que vai fazer você dar uma boa gargalhada – que faz esse jogo tão especial.
Por mais que Oblivion, ou sua sequência mais famosa, Skyrim, tenham muita influência na minha vida, eu meio que me afastei desses jogos. Esse tipo de experiência não é mais tanto o que eu busco num jogo ou em RPGs, então eu não jogo ambos há mais uns dez anos.
Porém, revisitar o mapa de Cyrodill tem sido muito divertido, como voltar para um lugar que você viajou há muitos anos atrás. Os jogos dessa franquia tem um senso de aventura e liberdade que nenhum outro jogo nessa indústria consegue fazer igual. Perambular por aí com seu boneco criado minuciosamente por você, completando missões, matando monstros, explorando cavernas, viajando pelo literal inferno, é uma sensação bem única. Mesmo que por muitas vezes pareça meio datada.
Só que aí entram as melhorias dessa versão. Principalmente nos gráficos, já que o Oblivion original era mais feio que bater na mãe. Agora, com uma nova roupagem, o jogo está graficamente magnífico. E as melhorias na jogabilidade deixam tudo mais palatável para os padrões atuais.
Recomendo bastante dar uma chance, mesmo quem nunca jogou um RPG. Essa é uma ótima porta de entrada para o gênero, além de uma aventura memorável.
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Loot da Semana #7: Filme esquisito, Filme ruim e Gibi fofinho
Esse é o sétimo Loot da Semana, onde eu falo de alguns tesouros que eu encontrei nos últimos dias. O intuito desses posts é de semana em semana (talvez), eu falar um pouco dos filmes, livros, gibis e jogos que eu encontrei e dar minha opinião e percepção sobre.
eu quero muito ver sinners, nem sabia que ia sair e de repente tá todo mundo falando que é a melhor coisa do mundo, fiquei até confusa mas agora tô animada
você tem letterboxd?