Loot da Semana #7: Filme esquisito, Filme ruim e Gibi fofinho
Falando sobre Eu vi a TV Brilhar, The Last of Us, Capitão América 4 e Heartstopper!
Esse é o sétimo Loot da Semana, onde eu falo de alguns tesouros que eu encontrei nos últimos dias. O intuito desses posts é de semana em semana (talvez), eu falar um pouco dos filmes, livros, gibis e jogos que eu encontrei e dar minha opinião e percepção sobre.
Eu Vi a TV Brilhar
Sabe aquele sentimento de esbarrar em algo realmente especial? De encontrar algo único, diferente e profundo? Algo que te marca, que faz com que a química do seu cérebro mude um pouquinho depois do contato? Pra mim foi assim assistindo Eu vi a TV Brilhar.
O filme foi dirigido por Jane Schoenbrun, e conta a história de Owen (Justice Smith), um adolescente comum e com problemas de adolescentes comuns. Um dia ele conhece Maddy (Jack Haven), uma garota dois anos mais velha. Os dois criam uma relação baseada no interesse mútuo por uma série chamada The Pink Opaque, e daí coisas estranhas começam acontecer.
A história é um terror psicológico muito interessante, além de um coming of age reverso. O que eu quero dizer com isso é que Owen não age como protagonistas de histórias como essa, é basicamente uma desconstrução do gênero, o que resulta num filme que rompe com as suas expectativas.
Eu adoro um filme estranho, um filme meio B. Um dos meus filmes favoritos é uma adaptação de lendas arturianas dos anos 80 de baixo orçamento de qualidade duvidosa. Coisas imperfeitas e esquisitas me atraem demais. E esse filme é muitíssimo esquisito. Mas depois de terminá-lo eu não consegui parar de pensar nele. Até agora não consigo.
Mesmo não sendo o alvo da metáfora do filme (não quero dar spoilers), vários temas ainda ressoaram comigo. Ainda que não seja a mesma coisa, o desconforto que Owen sente consigo mesmo acaba acertando bem próximo do que eu já senti muitas vezes.
Enfim, creio que esse filme tem na Max. Deem uma chance se puderem.
The Last of Us - 2ª Temporada
Eu gosto muito de The Last of Us, tenho um carinho com o jogo e algumas memórias que ele me trouxe. Assistir essa temporada hoje em dia é estranho. Eu lembro de quando eu joguei o jogo pela primeira vez no meu PS4, tinha acabado de entrar na faculdade. De quando saiu o segundo e estávamos presos dentro de casa por conta da pandemia. Lembro também de quando saiu a primeira temporada em 2023. Nem parece que faz tanto tempo, mas parece outra vida.
Eu adorei a primeira temporada de The Last of Us, apesar de algumas coisas que me deixaram meio decepcionado. Porém, mudanças que eles fizeram e adaptações para o formato de uma série de TV elevaram a história em vários quesitos, mesmo que, na minha opinião, tenha reduzido muito a tensão. Para mim, os melhores episódios são os que a série se dá liberdade de mudar as coisas do material original, ou expandir o material base. Aquele episódio do Bill e Frank…
Semana passada estreou a segunda temporada. O primeiro episódio me surpreendeu, porque ele simplesmente muda como as coisas são apresentadas. Enquanto a primeira temporada tenta ter um primeiro episódio bem próximo do jogo, a segunda mostra cenas totalmente novas para expandir o cenário e a relação dos personagens. E funciona muito bem.
Pedro Pascal como Joel está incrível, aquela cena dele na terapia deu vontade de aplaudir. Bella Ramsey também, elu faz um papel impecável como Ellie. Tudo isso não é novidade, ambos já estavam incríveis na temporada anterior. Para mim o destaque de verdade vai para Isabela Merced, que faz uma Dina incrível demais. Ela rouba a cena com seu carisma e a química com Pascal e Ramsey é tão boa que, pra mim, se tivesse uma temporada apenas das desventuras dos três em Jackson talvez eu estivesse satisfeito.
Enfim, enquanto a Abby, interpretada por Kaitlyn Dever, eu ainda vou esperar para ver. Não gosto muito do fato que deixaram ela como uma moça magrinha. Algo que é muito importante no personagem de Abby é o fato de que ele sai por aí com dois canhões no lugar dos braços. Você pode achar que a força dela é algo de menor importância, mas pra personagem é crucial para entender o que motiva a personagem e como ela lida com as coisas que aconteceram em sua vida. Porém, como eu disse, eu gostei da maioria das mudanças que a série já fez, talvez essa faça sentido mais para frente.
No geral, estou gostando bastante. Ainda curioso de como vão adaptar a estrutura do jogo, que pra mim é a coisa mais fascinante que ele apresenta. Whatsapp da Isabela Merced Google pesquisar… brincadeira…
Capitão América: Admirável Mundo Novo
Eu debati comigo mesmo se eu ia ou não falar desse filme, mas eu precisava xingar ele falar das minhas opiniões em algum lugar. Essa semana eu tive o desprazer de assistir ao novo filme do Capitão América. Quando eu assisti Falcão e Soldado Invernal, apesar dos pesares, eu gostei da trama, gostei da química entre os personagens de Anthony Mackie e Sebastian Stan. Foi uma série divertida, mesmo que falha. Então quando anunciaram que Sam Wilson retornaria como o Capitão, eu fiquei pelo menos curioso.
Apesar disso eu não tinha grandes expectativas pelo trigésimo quinto filme do MCU, não mesmo. Os últimos no máximo foram divertidos, mas todos bem ruins. Porém, nada me preparou para o que o quarto filme de Capitão América seria.
Eu nem sei por onde começar. Roteiro completamente confuso, e muitas vezes sem sentido. Personagens rasos. Atuação canastrona, até por parte de atores como Harrison Ford. Piadas que não tem nenhuma graça. E o que falar dos efeitos especiais? Nos dez primeiros minutos de filme, tem uma sequência de ação que eu fiquei chocado. Eu juro, que nem os piores filmes da Marvel tem efeitos especiais tão ruins, que fazem a série Flash da CW parecer uma grande produção. Faz-se necessária a abertura de uma CPI pra investigar onde que foram parar os quase $200 milhões que esse filme custou.
Além disso, eu preciso perguntar. De quem foi a ideia, em sã consciência, em 2025 ano do nosso senhor Jesus Cristo amém, fazer um filme do Capitão América que é SEQUÊNCIA do filme do Incrível Hulk de 2008. E PIOR: NÃO TEM O HULK. E ELES AINDA ESPERAM QUE VOCÊ LEMBRE DESSES PERSONAGENS. EU SEI LÁ QUEM RAIOS É SAMUEL STERNS. EU TINHA NOVE ANOS QUANDO EU ASSISTI ESSA MERDA DE FILME.
Certo. Desculpa. Mas o maior pecado desse filme só pode ser que ele é muito chato. Nossa, que bagulho tedioso. Nem Thor: Amor e Trovão conseguiu ser tão chato quanto esse filme. Mas o que eu espero assistir um filme da Marvel hoje em dia? É basicamente uma relação tóxica a esse ponto, quase beirando a síndrome de Estocolmo. Tô velho demais pra essas coisas.
Heartstopper
Devo dizer que eu não sou muito de histórias românticas fofinhas. Sou meio amargurado, talvez seja por isso. Então quando Heartstopper estourou, teve série, lançou o quadrinho aqui no Brasil, eu não dei muita bola.
Essa semana, um amigo muito querido meu se assumiu gay para mim. Pra mim não foi grande coisa, mas eu consegui perceber que ele estava bem nervoso com isso. O que ele descreveu ficou comigo, ele disse que era “como ter a faca no pescoço, e você não sabe se a pessoa vai empurrar ou afastar”. Claramente foi uma demonstração de confiança contar para mim, ainda mais que ele é alguns anos mais novo que eu e ainda está se encontrando na vida. (Quem não está?!)
A questão é, a forma que ele contou para mim foi mostrando o quadrinho de Heartstopper, que ele disse que é a forma que ele faz com as outras pessoas para que entendam sem que ele precise explicar muita coisa. Ele me disse o quanto esse quadrinho é importante para ele, o quanto o ajudou a se entender e se aceitar. Sabe, eu nunca liguei para Heartstopper, mas se é importante para esse meu amigo é importante para mim. Então eu pedi emprestado o quadrinho dele (que ele disse que leva pra todo lado na mochila!) e comecei a ler esse final de semana.
A arte de Alice Oseman me encantou logo de cara. Os traços meio tortinhos tem um charme que me agrada demais. Seus personagens são super expressivos e a narrativa por meio dos quadrinhos é muito muito bem feita. Os momentos de pausa, de emoção, de conflito, todos são transmitidos de uma forma que apenas H.Qs poderiam transmitir, e Oseman sabe muito bem disso.Os protagonistas, Charlie e Nick, são muito fofos. Dá um quentinho no coração vê-los se aproximarem e ficarem juntos. Essa aproximação se dá nos pequenos detalhes e no conflito. É tão difícil se apaixonar, ainda mais na adolescência. Que época terrível é a adolescência. Mas eu, como um dos últimos românticos (!!!), me alegra ler histórias em que apesar das dificuldades, o amor ainda prevalece.
Li apenas o primeiro volume, mas provavelmente logo lerei o resto. Não é meu tipo de história, mas já estou investido nessa narrativa e torcendo pra que tudo dê certo entre os dois!!
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Loot da Semana #6 - Caçador de Demônios, Robô Gigante e Mamacos
Esse é o sexto Loot da Semana, onde eu falo de alguns tesouros que eu encontrei nos últimos dias. O intuito desses posts é de semana em semana (talvez), eu falar um pouco dos filmes, livros, gibis e jogos que eu encontrei e dar minha opinião e percepção sobre.