Loot da Semana #6 - Caçador de Demônios, Robô Gigante e Mamacos
Falando sobre Devil May Cry, Gundam e Planeta dos Macacos
Esse é o sexto Loot da Semana, onde eu falo de alguns tesouros que eu encontrei nos últimos dias. O intuito desses posts é de semana em semana (talvez), eu falar um pouco dos filmes, livros, gibis e jogos que eu encontrei e dar minha opinião e percepção sobre.
Devil May Cry
Já tem um tempo que a nova moda do cinema e da televisão é adaptar videogames para filmes e séries. Eu me lembro de quando adaptações de jogos eram sinônimo de coisa ruim. Acho que isso mudou com a incrível adaptação de Castlevania para uma série animada e, depois, com os filmes de Sonic. Depois vieram The Last of Us, Fallout, etc. Ainda tem alguns bem ruins, não me entenda errado, como o péssimo filme do Mortal Kombat ou o pavoroso filme de Borderlands.
Enfim, a questão é que esses dias saiu a adaptação para anime (se não for feito no Japão, não é anime?) de Devil May Cry. Eu gosto bastante dos jogos, e a Netflix tem feito um bom trabalho na animação de Castlevania, como eu já mencionei. Então eu estava cautelosamente animado para ver o resultado.
Assisti aos primeiros episódios essa semana, e, para minha surpresa, gostei bastante. Eles estão seguindo uma história mais original. Eu pensei que adaptaram diretamente a história do terceiro jogo, mas pelo que entendi essa história se passa antes de todos os jogos, introduzindo personagens mais cedo.
Bom, a animação das lutas é incrível, a trilha sonora é muito boa, a caracterização e a dublagem do Dante, feita pelo antigo Power Ranger preto Johnny Yong Bosch, estão excelentes. No geral, tem sido uma experiência muito divertida. Sinto que os produtores da série entendem exatamente qual é o público-alvo desse projeto: as pessoas que cresceram nos anos 2000 e assistiam aos AMVs do Dante no YouTube ao som de alguma banda emo da época.
Mobile Suit Gundam GQuuuuuuX
Tenho uma confissão a fazer. Eu não pretendia publicar esta semana. Tenho estado meio ocupado, então não assisti a muita coisa nem joguei muito, não tinha muito o que falar. Porém, essa semana saiu a nova série de Gundam, e eu adoro uma desculpa para falar sobre o assunto.
Para quem não conhece, Mobile Suit Gundam é uma série animada japonesa clássica do final dos anos 70 que foca em uma guerra travada por pilotos de robôs gigantes.
A série foi criada basicamente para vender bonecos, porém há histórias muito bem feitas por trás disso, com personagens cativantes, animação revolucionária para a época e temas muito maduros que refletem até hoje.
Gundam já tem muitas décadas e séries diferentes para contar. Algo legal é que cada série nova serve como ponto de partida para novos fãs. Em 2022, foi lançada Gundam: Witch from Mercury, que trouxe uma leva grande de fãs ao contar o romance (!) entre duas garotas, no meio de tramas políticas, críticas ao capitalismo e muita gente morrendo.
Essa nova série conta uma história alternativa da série original de 1979, na qual os eventos do primeiro episódio acontecem de forma diferente, o que leva os vilões a vencerem a guerra que estava ocorrendo. Cinco anos depois, acompanhamos Yamate Yuzuriha, uma estudante do ensino médio que vive em uma colônia espacial. Sem querer, ela conhece Nyaan, uma refugiada que carrega um estranho mecanismo. Juntas, elas se envolvem em um incidente envolvendo o lendário Gundam Vermelho.
Enfim, eu poderia fazer um texto apenas falando de Gundam. Talvez eu vá, mas não sei se alguém iria querer ler. Eu adoro essa franquia, e estou muito animado para essa nova série. Ainda mais que ela tem a visão criativa de Hideaki Anno, o criador de Evangelion (meu anime favorito aaa).
O anime está disponível na Prime Video, deem uma chance!
Planeta dos Macacos
Depois de ler o livro infinito que é Caminho dos Reis, decidi pegar algo mais curto. Foi então que me foi emprestado o livro Planeta dos Macacos. Eu gosto bastante dos filmes, tanto o clássico lá dos anos 60, quanto os mais novos.
O livro conta uma história similar ao filme clássico, onde um grupo de estudiosos fazem uma viagem espacial e se encontram num planeta similar à Terra, porém aqui os humanos são animais selvagens, e a civilização mais avançada é composta por macacos e gorilas. O grupo se vê em meio a seres tão similares, mas ao mesmo tempo tão diferentes de si, e o protagonista precisa encontrar uma forma de sobreviver a esse ambiente desfavorável a si.
O que me deixa mais intrigado nesse livro é a sua escrita. Ele é basicamente uma etnografia reversa. De forma que o protagonista relata suas experiências numa sociedade diferente, porém de uma posição inferior ao objeto estudado. Ao mesmo tempo que ele observa e estuda os macacos, eles o estudam e observam.
É muito interessante ver o orgulho desse homem ser quebrado pouco a pouco e sua condição “humana” ser reduzida a de um animal.
O livro é curto, provavelmente quando esse texto for ao ar eu já vou ter terminado. O problema de já ter assistido o filme clássico umas duas vezes é que eu já sei o plot twist do final – aliás, eu amo essa cena –. Mas tudo bem, a leitura é muito boa e eu estou adorando ver como o protagonista só se dá mal. Coitado.

PIQUE - Dora Morelenbaum
Eu tenho um querido amigo dos tempos de escola que desde que nos conhecemos, recomendamos músicas, bandas e playlists um para o outro. Acho que dá tão certo porque nosso gosto musical é praticamente o mesmo. O que é legal, já que tudo que ele me recomenda pra ouvir eu sei que vou gostar. Essa semana ele me recomendou o álbum PIQUE, da cantora MPB Dora Morelenbaum.
Não conhecia a cantora, vou ser sincero. Sinto que esse meu amigo tira da cartola artistas que eu nunca ouvi falar, mas que ainda bem que agora eu conheço. Ele me fez ficar vidrado em outra banda no final do ano passado, ao ponto que fomos a um show dela juntos.
Enfim, abraços a esse meu amigo. Sobre o álbum, vou dizer que eu não sou o melhor pra analisar ou falar sobre música. Não entendo nada de música pra ser sincero, e dentre meus interesses, a música não é tão presente quanto outros. Mas tudo bem.
Fui ouvir sem saber o que esperar, como sempre. O problema é que eu fui ouvir esse álbum numa das piores semanas do meu ano. Então, logo na primeira canção, eu senti um soco no estômago e considerei pular da ponte Jurubatuba. Porém, o álbum varia entre faixas que me fazem ficar reflexivo, e faixas que seriam perfeitas para uma música de fundo num bar sexta a noite. Sobrevivendo aos altos e baixos da vida e reflexões na linha lilás de metrô, eu adorei o álbum.
Sim doutor, esse foi o motivo do meu colapso completo.
Essa semana provavelmente sai mais um ensaio. Depende da minha motivação! Mas eu estou bastante animado para publica-lo, então vou tentar dar o meu melhor apesar dos pesares. Até a próxima!
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Li Planeta dos Macacos esse ano também e ADOREI! Que história boa! Já gostava dos filmes, mas o livro é sensacional!